A Seleção Brasileira tomou um baile da Alemanha na semifinal da Copa do Mundo:
7 a 1. Entre o pachequismo de um Rica Perrone e as críticas exageradas de Mauro
Cézar Pereira, é preciso analisar o tudo de cabo a rabo, desde a CBF até a
imprensa esportiva brasileira.
CBF: A Sujeira do Futebol Brasileiro
O grande mal do nosso futebol. Não tem a capacidade de
promover e desenvolver o seu único produto. Você já viu algum anúncio do
Brasileirão? Ou da Copa do Brasil? Apesar de ser a entidade responsável pelo nosso
futebol, não tem sequer um plano traçado para futuros talentos.
Para a CBF, talentos surgirão naturalmente com o andamento
dos anos. O problema é que realmente podemos ter talentos sempre pelo tamanho
do país e quantidade de crianças que jogam bola todos os dias, mas há safras
talentosas e limitadas, independente do tamanho de uma nação.
A filosofia do toque de bola, da ousadia no drible tem ficado para trás e fica
claro que a CBF não dá a mínima bola para isso. Batendo recorde em patrocínios
quase todos os anos, a parte de estudo do futebol é esquecida e tocada de
qualquer jeito, enquanto a política funciona a todo vapor.
A CBF é um dos ambientes dos mais sujos que podemos pensar e
não mudará nada quando Marco Polo del Nero for presidente no ano que vem. Está
na hora da presidenta entrar em ação, coisa que não fez até agora e nem mesmo
seus antecessores tiveram coragem. Se não pode intervir diretamente, já que a
FIFA
costuma ser rigorosa nesse assunto, precisa pelo menos criar uma legislação
pertinente para estas entidades que usam nosso hino e a nossa bandeira.
Globo: sem visão a
longo prazo
Sobre o futebol brasileiro, a Globo visa apenas a questão
comercial, o que não é errado, mas pode acabar deteriorando um de seus
principais produtos. Tornar Flamengo e Corinthians clubes bem mais ricos que os
outros é ruim até para eles.
Se daqui uns anos, ficarmos com o cenário da Liga Espanhola,
não teremos público nenhum nos estádios e o mercado terá uma desvalorização
monstruosa. E reverter este possível cenário levará um belo de um tempo.
Sobre a seleção brasileira, tem privilégios em entrevistas e
acesso. Eles pagam uma grana preta, por isso vemos Luciano Huck indo à Granja
Comary e o Galvão Bueno tratando todos na seleção como amigos, falando “nossa
seleção”, “nosso craque”, mas quando perde, é culpa da comissão técnica e do
treinador, não do “nosso técnico e nossa comissão”. É rasteiro esse tipo de
tratamento: estamos juntos na festa, mas se perder
precisamos
encontrar um culpado.
Pelo nosso sucesso em Copas, esse acesso da Globo com
entrevistas da Fátima Bernardes precisa acabar. Vejam o exemplo da Alemanha.
Dunga era teimoso dentro de campo. Mas agiu certo quando
cortou regalias dentro de campo.
Clubes:
Irresponsáveis beijoqueiros de mão
Os clubes precisam trabalhar melhor as suas categorias de
base e parar de beijar a mão de cartolas da CBF que não ajudarão em nada o
desenvolvimento do futebol.
Por incrível que pareça, o marketing dos clubes melhorou
muito nos últimos tempos, desde o aumento no valor pago pela TV e também número
de sócios e patrocínios. Por outro lado, isso incidiu com a pior crise técnica
do Brasileirão de todos os tempos.
Nas categorias de base, está claro por campeonatos como Copa
São Paulo que vemos jogadores fortes e pouco talentosos. Se Messi fosse
brasileiro e disputasse uma peneira qualquer, provavelmente não entraria.
Chega!
Técnicos: Defasagem na parte tática e
arrogância
Felipão tem o seu valor. Quando Mauro Cezar Pereira, da
ESPN, pega pesado com o treinador, parece que estávamos super bem com Mano
Menezes, aquele que tinha a cota de jogadores do Shaktar Donetski. Scolari teve
seus méritos ao conseguir em um 18 meses o que Mano não conseguiu 30.
Se com Mano não vencíamos grandes, com Felipão ganhamos de
Itália, Espanha, França, Uruguai e ainda passamos por adversários como Chile e
Portugal. O trabalho não foi péssimo, como disse Mauro.
Se não foi péssimo, pelo menos durante a Copa não foi bom.
Felipão insistiu em jogadores como Fred e Daniel Alves por muito tempo e em
nenhum momento conseguiu montar um meio-de-campo consistente.
O maior problema de Felipão é a sua teimosia. Após o gol de
Klose, o certo seria ter mudado o time para não levar ainda mais gols. Levou 4
em 6 minutos e mesmo assim manteve o time até o final do primeiro tempo. NÃO!
Felipão é o retrato do técnico brasileiro atual: carismático
e arrogante, acredita que o Brasil está no topo da hierarquia no futebol.
Muricy(!!!),
Mano Menezes, Luxemburgo e tantos outros seguem uma linha parecida.
Vão estudar, rapazes! Chega de sova!
Jogadores: Sejam mais
autênticos e façam menos marketing
Fiquei sabendo que a hashtag #jogapramim foi uma ação da
Sadia com Neymar, Willian e David Luiz no Twitter. Neymar, grande ídolo do Santos, não faz nada
fora das quatro linhas que não seja pensado por seus assessores. Uma pena!
O problema dos jogadores brasileiros nesta Copa foi o
excesso de emoção. Não se controlaram e acabaram cometendo erros infantis. Quem toma 4 gols em 6 minutos?
Os jogadores brasileiros precisam focar mais no futebol e
esquecer um pouco o fone de ouvido e a publicidade em momentos importantes. A
Copa é só de 4 em 4 anos. E no Brasil, foi uma chance única.
Resumão
Precisamos repensar o futebol brasileiro desde a base até o
plano administrativo atual. Quando isso acontecerá? Nem Globo, CBF ou Dilma
sabem.